Em setembro, o projeto “A Peça da Semana”, do Museu “Mariano Procópio”, apresenta edição especial, relacionada ao processo de Independência do Brasil. Nesta semana, está em exposição conjunto de itens relacionados às representações de D. Pedro I (1798-1834), imperador do Brasil, no acervo da instituição. Trata-se de ânfora (vaso de duas alças) em porcelana estilo império, litogravuras, pintura a óleo sobre metal e caixa de rapé. Algumas das peças pertencentes à coleção de Alfredo Ferreira Lage (1865-1944), fundador do Museu.
D.Pedro de Alcântara era filho de D. João VI (1767-1826), rei de Portugal e Algarves, e de Carlota Joaquina de Bourbon (1775-1830). Nasceu em Queluz, Portugal. Ainda criança, em 1808, embarcou para o Brasil, com a Família Real e a Corte Portuguesa, em decorrência da eminente invasão de Portugal pelas tropas de Napoleão Bonaparte (1769-1821), imperador francês).
Teve dois casamentos e alguns relacionamentos extraconjugais. A primeira esposa, Leopoldina da Áustria (1797-1826), teve importante função no processo de emancipação política do Brasil, presidindo o Conselho de Estado como Princesa Regente interina, durante visita do Imperador à Província de São Paulo. Em 2 de setembro de 1822, ela assinou o decreto de independência, em conjunto com o Conselho, que culminaria com a declaração simbólica, conhecida como o “Grito do Ipiranga”, quando D. Pedro I proclamou a Independência do Brasil, no dia 7. Sua coroação e sagração como imperador foi em dezembro de 1822.
Primeiro Imperador do Brasil, até 1831, abdicou do trono em favor do filho, D. Pedro II (1825-1891). Foi também monarca de Portugal, abdicando, porém, ao trono, em favor da filha, Maria da Glória (1819-1853).
As imagens de D. Pedro I foram distribuídas por todas as regiões do Império, à época de sua sagração. Seu retrato era representado em diferentes objetos, como canecas, calendários, gravuras, pinturas e louças. Os rituais de aclamação poderiam ser levados às regiões mais remotas do país através dos retratos, que substituíam, de forma simbólica, a presença física do Imperador. As representações de D. Pedro I contribuíram para a construção da unidade territorial e construção da identidade nacional, como representante máximo do novo estado-nação.
As representações de D. Pedro I, assim como de outros símbolos nacionais e de produtos como o café e a cana-de-acúçar, relacionam-se diretamente à construção de uma iconografia de caráter nacionalista.
Fonte: Assessoria